O objetivo desse artigo foi demonstrar que o desenho livre é uma representação da maneira como cada indivíduo vê e sente o mundo e a si próprio, e que, portanto, ao comunicar estados emocionais, que passam despercebidos, pode ser utilizado como instrumento de diagnóstico. Esse estudo foi realizado no Hospital Abreu Sodré, com crianças de 5 a 14 anos com mielomeningocele. Foram coletados dois desenhos, um durante a internação e outro, no dia da alta, para analisar a representação desses dois momentos. Foram aplicados questionários para os pais, um protocolo de observação do desenho e do aparente estado emocional da criança durante o atendimento, e o depoimento do paciente sobre o seu desenho. Observou-se, claramente, por meio da diferença dos trabalhos da “alta” em relação aos da internação, e mediante a observação da criança e indicadores interpretativos simbólicos, como a expressão por meio do desenho denuncia os verdadeiros sentimentos e emoções. O desenho traz elementos para que a equipe de saúde possa conhecer melhor as necessidades de seu paciente, ganhando mais uma possibilidade de interferir para amenizar o sofrimento e a tensão causados por uma internação hospitalar.
DESCRITORES
Desenho–criança– mielomeningocele- hospitalização
Publicado na revista “Arquivos Brasileiros de Paralisia Cerebral” 2007 pela Mennon Edições Científicas.
Gersony Silva